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Petroleiras devem investir US$ 6 bi para descarbonizar Prática ESG Valor Econ?mico.txt
Roberto Ardenghy,áticaESGValorEcon?folha do bingo do IBP: setor caminha para o que ele chama de convergência energética, em vez de transi??o — Foto: Leo Pinheiro/Valor A indústria brasileira de petróleo e gás natural deverá investir entre US$ 5 bilh?es e US$ 6 bilh?es nos próximos cinco anos em estratégias de descarboniza??o, com o objetivo de reduzir suas emiss?es de gases de efeito estufa. O cálculo é do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e leva em conta os investimentos anunciados pelas empresas associadas em iniciativas de baixo carbono. O setor, um dos principais responsáveis pelas mudan?as climáticas em raz?o da explora??o de combustíveis fósseis, aposta em uma combina??o de tecnologias para reduzir a pegada de carbono nas variadas etapas da cadeia produtiva, mecanismos de compensa??o das emiss?es e na diversifica??o das fontes com a amplia??o dos investimentos em energias renováveis. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Um posicionamento do setor nessa dire??o foi lan?ado em 2021, durante a da 26a Conferência das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas (COP26), em Glasgow, Escócia. Nele, o setor assumiu o compromisso de reduzir a intensidade de carbono nas atividades de refino, transporte e distribui??o de combustíveis, em linha com o objetivo anunciado pelo governo brasileiro na conferência de alcan?ar a neutralidade climática em 2050. E desdobrou estratégias de descarboniza??o em seis pilares, a come?ar pelo mapeamento das emiss?es das empresas no Brasil, por meio de inventário setorial. No primeiro levantamento realizado com cerca de 40 associadas do IBP, foram identificados os quatro segmentos que mais emitem nessa indústria: o downstream (logística primária, distribui??o, refino e venda) responde por 44% das emiss?es; o upstream (explora??o, extra??o e produ??o do petróleo, além do processamento do gás natural), por 35%; as térmicas, 16%; e o midstream (transporte e logística de insumos, petróleo e gás em navios, oleodutos e gasodutos, além do armazenamento), por 5%. A partir desse estudo, o IBP pretende analisar o impacto das emiss?es em todo o ciclo para definir metas específicas para os diversos elos da cadeia. De acordo com Roberto Ardenghy, presidente do IBP, o setor caminha para o que ele prefere chamar de convergência energética, em vez de transi??o - uma vez que n?o existe o plano, nas próximas décadas, de o mundo abdicar dos combustíveis fósseis. Leia mais: Ibama vai reavaliar pedido para explorar petróleo em fozSetor de embalagens corre atrás de metasA??o voluntária estimula reciclagem, diz associa??oHospitais do Paraná inovam no reaproveitamento de enxovaisEnergia limpa é 'pulo do gato' da redu??o de carbono na indústria A perspectiva mais realista, segundo cálculos da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), prevê que o mundo deve passar de um consumo estimado em 100 milh?es de barris/dia para algo entre 57 milh?es e 60 milh?es de barris/dia. Há segmentos em que a substitui??o de fósseis por alternativas renováveis é ainda mais difícil, como nos combustíveis de avia??o e navega??o de longa distancia. Além disso, o Brasil quer subir do posto de nono maior produtor mundial para a quinta posi??o - significa saltar de 3,5 milh?es de barris/dia para 5,2 milh?es de barris/dia até 2031. As proje??es da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que o consumo de derivados de petróleo no Brasil deve partir dos 43% da matriz energética em 2015 para 40% em 2050, em um cenário de crescimento médio do PIB de 3% ao longo do horizonte do estudo; já para o gás natural, a estimativa é sair de 7% para 8%, na mesma base de compara??o. Ou seja, o consumo de energia fóssil deve cair, mas n?o de forma drástica. “O desafio dos próximos anos é ter as diferentes fontes de energia convergindo para uma pegada de descarboniza??o”, diz Ardenghy. Relatório lan?ado em maio pela IEA mostra que reduzir pela metade as emiss?es do setor até 2030 será primordial para se alcan?ar o objetivo do Acordo de Paris, que é evitar que a temperatura do planeta se eleve acima de 1,5 oC. As opera??es de produ??o de petróleo e gás respondem por 15% de todas as emiss?es globais relacionadas ao setor de energia e, segundo a agência, seriam necessários investimentos de US$ 600 bilh?es pelos próximos oito anos em cinco áreas prioritárias para reduzir a intensidade de carbono dessa indústria. Isso equivale a uma fatia de 15% dos lucros líquidos registrados pelas empresas de petróleo em 2022, ano de alta rentabilidade no setor. Entre as a??es indicadas pela agência est?o corte em emiss?es de metano, elimina??o da queima em “flare” nas plataformas, eletrifica??o das opera??es no segmento upstream com fontes de baixa emiss?o, amplia??o de tecnologias de captura e armazenamento e uso do carbono (CCUS) e do hidrogênio verde nas refinarias. Essas medidas, combinadas com redu??o no consumo previstas no cenário, resultariam em queda de 60% nas emiss?es do setor até o fim da década. Seria uma contribui??o expressiva: segundo o Painel Intergovernamental de Mudan?as Climáticas (IPCC), da ONU, as emiss?es globais precisam cair 45% até 2030, em rela??o aos índices de 2019, para se evitar os cenários mais drásticos. “Sair de uma economia pautada em energia fóssil para a economia de baixo carbono vai levar décadas. Existe a dependência do petróleo e a transi??o requer políticas de incentivo e investimentos públicos e privados”, diz Guarany Osório, professor e pesquisador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Funda??o Getulio Vargas (FGVCes). Junto a parceiros, o centro é responsável pela primeira iniciativa local de medi??o dos gases de efeito estufa nas empresas, o Programa Brasileiro GHG Protocol, criado em 2008. Desde ent?o, a ades?o de companhias à mensura??o de suas emiss?es de gases do efeito estufa saltou de 23 inventários em 2008 para 671 em 2021. O número de empresas e organiza??es participantes cresceu de 23 para 305, no mesmo período.