Natuza Nery será a apresentadora do 'Edi??o das 18', da GloboNews, no lugar de César Tralli, substituto de William Bonner no JN
Renda fixa domina em trimestre de alta incerteza Hora de Investir Valor Investe.txt
No balan?o das aplica??es financeiras do resultado da mega sena concurso 2381primeiro trimestre, a renda fixa confirmou o posto de alternativa mais rentável — e segura — para o investidor. A bolsa frustrou, por boa parte do tempo, o ímpeto mais oportunista para aproveitar pre?os aparentemente baratos, mas a apresenta??o do novo plano fiscal do governo come?a a atrair fluxo novo para as a??es. No ano, o Ibovespa ainda acumula desvaloriza??o de 5,5% até o dia 30. A??es ligadas a consumo caíam quase 10%, pela dependência do crédito. Na lideran?a entre ativos tradicionais estavam o ouro, com ganhos de 5,2%, e o IMA-B 5, de títulos públicos atrelados à infla??o, com prazo de até cinco anos (+4,5%). Com o IPCA projetado em 2,1%, há ganho real. A chegada da proposta de nova regra fiscal ao Congresso nesta quinta-feira tem potencial para melhorar o humor dos agentes financeiros e realimentou previs?es de que a Selic possa cair dos 13,75% atuais já neste ano. Com a esperada convergência da infla??o para a meta, abriu-se assim espa?o para o alongamento das posi??es em estratégias ligadas a juros e algumas posi??es táticas em bolsa, segundo Ruy Alves, gestor de fundos macro global da Kinea Investimentos. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); “A gente continua achando que o crédito vai ser mais restritivo, o crescimento difícil, mas falando em bolsa, se come?a a ceder a parte média e longa da curva de juros, via uma infla??o mais convergente e um arcabou?o fiscal crível, isso sim beneficia a bolsa”, afirma o gestor. Com resgates nos fundos de a??es e a recente saída dos estrangeiros, que vinham balanceando as vendas do investidor local, o lado técnico parece ter ficado mais favorável também, porque os pre?os das a??es refletem uma percep??o muito pessimista. Nos contratos de juros futuros, as proje??es vinham sendo reduzidas para os próximos meses, mas para 2024 já recuperam terreno, sinalizando que a queda parece n?o ser sustentável, diz Alves. Dentro da Kinea, a expectativa é que a infla??o entre em rota de declínio, por isso a decis?o foi alongar as posi??es aplicadas (apostando na baixa) em taxas para esse período em que os agentes financeiros embutem novas altas. “O Brasil saiu de juros reais [descontando a infla??o] de -5% para +8% num período de menos de dois anos e isso come?a a afetar a economia. E esse instrumento é como pescar com dinamite, quem está jogando dinamite n?o sabe quanto tem que jogar. Primeiro, morrem os peixes pequenos, depois as tainhas e atuns e quando morre a baleia você percebe que jogou demais”, diz Alves. O mundo desenvolvido também está em pleno “processo de pescaria com dinamite”. O gestor cita problemas nos fundos de pens?o no Reino Unido, a quebra do americano Silicon Valley Bank (SVB), o resgate do First Republic e a venda apressada do Credit Suisse ao UBS como fen?menos decorrentes de condi??es financeiras mais apertadas. No Brasil, o endividamento das famílias que vai abalar o consumo em 2023. O cenário é ainda de juros reais que “parecem uma miragem, que n?o podem existir na prática, e v?o se desfazer por bem ou por mal”. prossegue Alves. “Sem superávit primário e sem crescimento, n?o há como estabilizar a dívida pública.” Significa dizer que se o plano fiscal n?o resgatar a credibilidade que se espera, o prêmio gordo do juro real se converte em infla??o. Para pessoa física, ter posi??es em Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B ou Tesouro IPCA+), que asseguram a corre??o pelo IPCA mais 6%, nos pre?os atuais, é “um presente para o rentista”, diz o gestor. “Para os fundos, s?o outros quinhentos por causa da marca??o a mercado, mas para quem pode, pega e carrega isso.” Para quem tem capacidade para tolerar a alta volatilidade e consegue olhar para além do horizonte de curto prazo, há boas perspectivas de retorno seja na renda fixa, seja na bolsa, diz Philipe Biolchini, executivo-chefe de investimentos (CIO) da Bradesco Asset Management. Com juros nominais superiores a 13% e reais em 6%, a tendência é ter retornos muito atraentes na volta de um ambiente mais normal. “Vale também para a renda variável, com ativos negociados com desconto marcante, mas tem a concorrência da taxa de juros e o impacto da atividade mais fraca nas receitas e despesas das empresas”, prossegue o executivo. “Para quem tem vis?o de longo prazo é um bom momento de compra.” Para ir além do CDI, Biolchini diz que depende do objetivo e do perfil. “Se você está entrando agora num ativo de risco, tem que entender o ‘valuation’ dele e estar preparado porque vai oscilar, tem que estar consciente de que está comprando barato.” No Santander, a principal orienta??o nos últimos meses casou com a demanda por alternativas de renda fixa, segundo o estrategista de investimentos Arley Junior. Para a bolsa, a indica??o estava um grau abaixo da exposi??o estrutural. Exceto para o perfil conservador, isso significa manter uma fatia em a??es na carteira. “O ciclo de aperto monetário trouxe juros mais altos, mas em algum momento vai ser suficiente para levar a infla??o para a meta e o BC encontrar espa?o para cortar juros. O mercado de renda variável tende a surfar bem nesse cenário. O investidor n?o precisa esperar isso acontecer para estar posicionado, porque o nível de pre?os atuais já representa uma oportunidade.” O Santander mantém a proje??o de 122 mil pontos para o Ibovespa até o fim do ano. Para a Selic, o banco espera uma redu??o para 11% em 2024 e só em 2025 voltaria à casa de um dígito, para 8% ao ano. Os dados podem ser revisados, conforme os desdobramentos do plano do governo para o novo arcabou?o fiscal. “é o principal tema do Brasil, crucial para a tomada de decis?o de aloca??o. No mundo de hoje, com a leitura local e internacional, o melhor é ter cautela. Isso está refletido nas classes de ativos na carteira.” Junior afirma que o cliente tem buscado ativos ligados ao CDI por causa da taxa alta, incluindo letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCIs e LCAs) e letras imobiliáris garantidas (LIGs). Na carteira recomendada, o banco sugere notas estruturadas com prote??o de principal e crédito privado de empresas de primeira linha. Junior cita que houve momentos, na semana passada, em que tinha papéis no secundário pagando IPCA mais 7%, 8%, isentos de imposto de renda. “Mas quando a gente fala em crédito é buscar o risco pulverizado, pode ser via fundos ou pela compra direta, compondo uma carteira, pode ser uma aloca??o atrativa para todos os perfis.” Na economia global o grau de incerteza é t?o grande hoje que há argumentos convincentes tanto para a queda dos juros americanos quanto para novas altas, diz Biolchini, da Bradesco Asset. E isso importa porque a negocia??o de taxas nos EUA representa o mercado mais líquido do mundo e é determinante para a avalia??o e rentabilidade de ativos em geral. Há uma corrente que avalia que a crise no sistema bancário tende a se aprofundar, levando o banco central dos EUA a inverter o passo da política monetária, e há quem considere que as iniciativas tomadas s?o suficientes para estancar o problema e que é comum, num processo de aperto, haver vítimas pelo caminho. “Isso faz a expectativa de ganho, ajustada à volatilidade, pouco atrativa”, afirma Biolchin. Leva o investidor a portfólios mais conservadores e, por ora, “com a condi??o privilegiada de ter bom retorno, com baixo risco.”