A spider's hunting technique millions of years in the making.txt
Renda em alta restringe desaquecimento da economia Opini?o Valor Econ?mico.txt
IBGE PIB — Foto: Cria??o de Arte/Valor,?oValorEcon?witcher 1 dice poker sobre foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil A economia brasileira está crescendo a uma menor velocidade, mas ainda exibe bom vigor. O PIB avan?ou 0,4% no segundo trimestre do ano ante o trimestre anterior, 2,2% ante o mesmo período de 2024, 3,2% quando se comparam quatro trimestres com os anteriores e 2,5% no ano. Uma redu??o mais intensa desse ritmo é aguardada para o segundo semestre, mas isso n?o está assegurado. Para obter uma queda consistente da infla??o e conduzi-la à meta de 3%, juros reais de quase 10%, os maiores desde 2006, precisariam induzir a uma expans?o de 2%. N?o conseguiram até agora. O crescimento reduziu-se a menos da metade do 1,3% do primeiro trimestre, mas o resultado foi um pouco superior a 0,3% da mediana das estimativas de 80 bancos e consultorias feitas ao Valor. O desempenho da agricultura foi mais vigoroso que o esperado e, em vez de queda de 1,7%, ela foi de 0,1%. Nos dois trimestres, cresceu 10,1% e só passará a pesar negativamente nos cálculos a partir da segunda metade do ano. O consumo das famílias, com evolu??o de 0,5%, e o de servi?os, com 0,6%, também superaram as expectativas. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); A demanda doméstica, que engloba o consumo das famílias, do governo e os investimentos, menos os estoques, foi negativa em 0,2%, estimou Alberto Ramos, diretor de pesquisa econ?mica para a América Latina do Goldman Sachs. O setor externo, porém, contribuiu positivamente com 0,7 ponto percentual para o resultado, o que n?o tem sido usual, devido à redu??o das importa??es acima do esperado, de 2,9% na compara??o com o trimestre anterior. é possível que o setor externo volte a retirar energia do PIB nos trimestres seguintes, se a economia esfriar e diminuir o ímpeto das compras externas. Mas é possível também que, com o tarifa?o do presidente Donald Trump e a perda esperada de dinamismo da economia americana, as exporta??es brasileiras n?o tenham boa performance. Os servi?os, setor que tem puxado a infla??o para cima ou a impedido de cair rapidamente, continua em expans?o. Cresceu em rela??o ao primeiro trimestre (0,4%) e exibe avan?o de 2% tanto na compara??o anual quanto no desempenho do semestre. Há lenta desacelera??o quando se considera o período de quatro trimestres, de 3,3% no início do ano para 2,9% agora. Ainda assim, quando se consideram todos os períodos de compara??o utilizados, de cada cinco segmentos que ultrapassam a média do PIB, três deles s?o de servi?os. Nos quatro trimestres encerrados em junho, as atividades de informa??o e comunica??o foram as de maior expans?o (6,8%), acompanhadas por outros setores de servi?os (4%) e atividades financeiras. Outras atividades de servi?os s?o um term?metro importante. Além de ter o maior peso no setor (17,5%), seu dinamismo depende diretamente do comportamento dos salários. Tanto os servi?os, quando o PIB é visto como produ??o, como o consumo das famílias, quando visto como demanda, mantêm avan?o ainda robusto por vários motivos. O mais importante deles é o mercado de trabalho aquecido, com a mais baixa taxa de desemprego da série histórica. A massa salarial tem crescimento real de 3% em um ano, e os salários, um pouco menos que isso. Programas e benefícios sociais n?o tiveram arrefecimento, e a corre??o do salário mínimo pela evolu??o do PIB de dois anos antes tem propiciado reajustes superiores a 7% no governo Lula. Enquanto o mercado de trabalho só deve perder for?a aos poucos, o crédito, que também nutre o consumo, come?ou a se retrair mais recentemente. No entanto, isso n?o foi captado no PIB do segundo trimestre, assim como a possível desacelera??o das exporta??es com a barreira tarifária erigida por Trump no mercado americano. Esses fatores poder?o ter peso agora, ao lado de outros, expansionistas. O governo, diferentemente de 2024, quando pagou precatórios no primeiro semestre, deixou este ano para fazê-lo em julho, quitando R$ 63,3 bilh?es. Parte desses recursos se transformará em consumo ao longo do ano. A mediana das estimativas de bancos e consultorias para o PIB do ano é de 2,2%. O resultado do segundo trimestre sugere que ele pode ser maior. Se a economia n?o crescer nos dois trimestres restantes, o PIB de 2025 será de 2,4%, taxa nada desprezível diante de juros básicos de 15%. Ao decidir mantê-los por um período prolongado de tempo, o Banco Central estimou que a economia só estará crescendo abaixo de seu potencial em 2026 — para o segundo trimestre, calculou um hiato positivo de 0,5%. A dificuldade de uma taxa de juros enorme para derrubar a infla??o decorre da política fiscal expansionista, que pode se intensificar quanto mais se aproximam as elei??es. De janeiro de 2023 até julho de 2025, o resultado primário acumulado do governo Lula foi um déficit de R$ 361,4 bilh?es, 3% do PIB, um potente estímulo às atividades. O PIB do segundo trimestre mostrou que os juros surtem o efeito pretendido, mas para que ele seja pleno, e se possível rápido, para evitar danos fortes, precisa do auxílio da conten??o dos gastos públicos. O estímulo fiscal é menor no ano até agora, e o governo fará um bom servi?o se n?o tentar impedir que a economia cres?a menos e que a infla??o caia.