Idosos LGBTQIA+ encontram acolhimento na internet: 'Também temos direito de ser felizes'
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16 Sep 2025(atualizado 16/09/2025 às 01h12)1 de 4 Marcio Guerra e o marido Flávio Galone, personagens de série que conta a história de idos
Idosos LGBTQIA+ encontram acolhimento na internet: 'Também temos direito de ser felizes'
1 de 4 Marcio Guerra e o marido Flávio Galone,jogo de luta mulher personagens de série que conta a história de idosos LGBTIA+ — Foto: Reprodu??o/LGBT+60
Ana Carolina Apocalypse é uma influenciadora digital de 66 anos com mais de 150 mil seguidores no perfil do TikTok. Na rede social, ela relata sua experiência como uma mulher transgênero idosa. Segundo ela, a internet mudou tudo.
"A cada vídeo que publicava, eu recebia uma intera??o t?o linda das pessoas que me motivava a continuar", diz.
A carreira digital de Ana Carolina come?ou após um vídeo sobre sua transi??o tardia viralizar, em 2020. Desde ent?o, publica regularmente conteúdos do seu dia a dia e fala sobre conscientiza??o e visibilidade trans.
2 de 4 Ana Carolina Apocalypse é uma mulher trans de 66 anos que narra sua rotina no TikTok — Foto: Reprodu??o/LGBT+60/YouTube
Nos comentários das publica??es a influenciadora, é fácil encontrar mensagens de apoio e incentivo: "Você se tornou uma figura materna para mim, te adoro, diva", diz um seguidor. "Sua simpatia é tanta que parece que te conhe?o a anos!", escreve outro.
"Essa visibilidade que a rede dá é muito importante para provar que nós somos capazes, que nós LGBTs também temos o direito de ser felizes", afirma. "N?o é porque a gente já atingiu uma certa idade na nossa vida que já passou o tempo de ser feliz."
A história da Ana Carolina é uma das retratadas na série "LGBT+60: Corpos que resistem", de Yuri Alves Fernandes, jornalista especializado em diversidade. Aos 30 anos, ele come?ou a se questionar sobre seu futuro como um homem gay. Publicado no veículo Projeto #Colabora, a iniciativa viralizou no TikTok e já possui mais de 4,2 milh?es de visualiza??es.
"Sinto que o fato de as pessoas LGBT+ n?o terem muita representatividade na velhice cria um abismo entre nosso presente e o futuro. Se a gente n?o consegue se ver na terceira idade, como vamos imaginá-la? Ou até mesmo acreditar que vamos chegar lá, sobretudo para pessoas trans que têm expectativa de vida muito baixa no Brasil?”, diz Fernandes ao g1.
Outro personagem do projeto é Márcio Guerra. Aos 62 anos, o jornalista adotou uma crian?a de 12 anos junto de seu companheiro, à época com 50 anos.
Ao g1, Márcio conta que, depois da série, recebeu mensagens de casais LGBTQIA+ mais velhos que tinham desistido de tentar adotar. "Acredito que nossa experiência ajuda a quebrar alguns tabus. Fico feliz que nossa história tenha tido esse impacto."
3 de 4 Márcio Guerra adotou crian?a com o companheiro — Foto: Reprodu??o/LGBT+60/YouTube
Para o idealizador do projeto, Yuri Fernandes, o sucesso dos vídeos nas redes é um reflexo de uma maior aceita??o por histórias sobre diversidade. "Fico ainda mais feliz em ver os resultados: sinal de que muitas pessoas de novas gera??es est?o tendo acesso à história da comunidade LGBT+ e podem agora reconhecer quem lutou e ainda luta pelos nossos direitos."
Inspira??o de fora
Fora do Brasil, outros influenciadores LGBTQIA+ também viralizaram no TikTok mostrando suas rotinas com ativismo e bom humor.
é o caso do The Old Gays, perfil dos Estados Unidos comandado por um grupo de homens gays idosos que se tornou um fen?meno na plataforma de vídeos, com mais de 11 milh?es de seguidores.
Ajuda e suporte
4 de 4 Grupo de amigos formado por idosos LGBTQIA+ somam milh?es de seguidores no Tiktok — Foto: Reprodu??o/Tiktok:@oldgays
Um estudo publicado em 2023 por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, da Faculdade de Medicina da Universidade de S?o Paulo (USP) e da Universidade de S?o Caetano do Sul mostrou que pessoas com mais de 50 anos que pertencem à comunidade LGBTQIA+ têm atendimento de saúde pior do que a parcela de mesma faixa etária que n?o faz parte desse grupo.
Para além da dificuldade que muitos podem ter enfrentado ao lidar com a sexualidade quando jovens por conta da época, idosos LBGTQIA+ ainda hoje convivem com tabus e preconceito.
“A comunidade LBGTQIA+ idosa é formada por pessoas oriundas de uma realidade muito diferente da de hoje, e que já sofreu quest?es muito sérias de homofobia. Além disso, sofre com a rejei??o em atendimentos de saúde por conta de sua identidade", diz ao Luis Baron, presidente da Associa??o EternamenteSou, ONG de S?o Paulo que atende pessoas LBGTQIA+ acima dos 60 anos e pessoas trans e travestis acima dos 40 anos em situa??o de vulnerabilidade social.
“O etarismo e a LGBTfobia andam de m?o dadas."
Em funcionamento desde 2018, a organiza??o atua distribuindo cestas básicas, encaminhando os idosos para centros de saúde e promovendo eventos de sociabiliza??o para este grupo. Para Luis, projetos para a amplia??o da visibilidade deste grupo s?o essenciais para a garantia de direitos e de uma vida mais digna para a comunidade.
"Existe um apagamento da quest?o da sexualidade nas pessoas idosas. As pessoas chegam aos 60 anos e n?o se fala mais nisso. Ela é destituída dessa característica. Mas existe, sim, sexualidade divergente e é importante que a gente conhe?a essas histórias."
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